Acalma qualquer coração...

Escolhi a sexta feira por ela ser tão esperada, tão querida, tão desejada... por ser a entrada de dias de folga, de lazer, de descanso... por ser tão relacionada a coisas boas... por essas poucas e óbvias razões, escolhi a  sexta para dar um ar bem pessoal ao blog -- o dia de falar da minha vida de mãe.

Tem pouquíssimo tempo que sou mãe, apenas 15 semanas, mas já sinto como se fossem 15 anos. Não pelo cansaço, mas sim por tudo que vivemos nesse curto intervalo de tempo!!!

 "A mulher se transforma depois que é mãe"

... frase ultrapassada? Mas quem disse que ser mãe é modismo? Por isso defendo que alguns adjetivos não se encaixam antes ou depois do nosso substantivo...eles simplesmente não existem.

 Não foi preciso nenhum curso, nenhuma conversa...apenas nasceu juntamente com meu filho esse trabalho mais gratificante que eu poderia um dia exercer.

É sabido que meu tempo de preparação para essa jornada foi encurtado. Quando os medos estavam começando a criar raízes eu fui abençoada com a chegada do meu filho. No começo, confesso, que não enxerguei como uma benção essa antecipação, mas com as sábias palavras do meu marido, rapidamente percebi o milagre e as lágrimas de tristeza, de dúvidas e de questionamentos se transformaram em lágrimas de gratidão, de agradecimento, de êxtase, por ser prova VIVA do nosso renascimento, do nosso amor, da nossa família. A mamãe e o maravilhoso papai nasceram ali e, cheios de amor, cumplicidade e admiração, eles se descubriram pais e acharam a força necessária no amor mesmo... principalmente no amor pelo recem nascido filho, tão lindo, tão frágil, tão imensamente amado!!!! Eram somente eles três fisicamente...mas de coração era toda a família que se encontrava no Brasil!!!!

A primeira vez que segurei meu pitoco, depois de quase 15 horas em trabalho de parto (considerado rápido)... nossa primeira foto como uma família!!!! Momento de muita emoção.

Foram 3 semanas de descobertas, de superação, muito aprendizado, muitas lágrimas, de separação ( a parte mais dolorosa mesmo)...e quando a mãe estava deixando se levar para o lado obscuro das indagações, eis que surgia o pai, enxugando as lágrimas dela e racionalizando o acontecido. Ele realmente a fazia enxergar além daquele momento de dor saudosa...ele a fazia enxergar o bem maior!!!!

E vieram as vitórias, os ganhos, a evolução. Até que chegou o dia em que o pai e a mãe deixaram o hospital feito família. Chorosos, cheios de emoção e carregando fisicamente o grande amor de suas vidas... prometendo com todas as forças sempre dar o melhor de si, se sufocando de tanto amor e sabendo que a vida mudou completamente...para muito melhor!!!!

A mãe ainda se emociona muito... ainda não cicatrizou tudo que ela passou. Mas enquanto ela escreve observa o grande amor dormir imerso em uma serenidade. E o melhor, bem ao alcance de um beijo, um aperto, um cheiro... o que acalma qualquer coração.